30 de junho de 2011

M de mandruvá


Como João Cabral bem o disse, e disse primeiro e disse melhor, somos muitas Marias, iguais em tudo na vida... então minha capitular ficou de Mandruvá, que o santo Houaiss registra como variante de marandová. Que beleza de língua! E ainda bem que há a mandioca e a praga da mandioca, que alimenta lagarta tão bonita!
A lagarta não bordei não sei porque, talvez para não assustar uma certa Lourdes que morre de medo desse pedaço de vida tão verde quanto o musgo que é pura fotossíntese. Oxigênio: vida e morte da célula. E quem disser que eu fumei deve um brinde às sinapses sem estimulante!
Mas tá aí meu M, fotografado num dia tão sem luz que fez as cores esconderem-se de vergonha. Nessa manhã tão nevoenta em São Paulo em que posto na internet enquanto mastigo mandiocas e penso em mandorovás. O índio globalizado como diria o Oswald. Preciso parar de pilhar os poetas!

12 de junho de 2011

Música de manivela


Estes foram os primeiros. Outros virão. A oficina que estás prestes a terminar vai deixar saudades. Nela bordamos, costuramos, ouvimos poemas, rimos e falamos mal da vida alheia. Eu pelo menos sou a primeira a  falar mal de quem não reserva tempo para cultivar seu jardim. E olhe que meu barquinho anda fazendo água e meu jardim quase que só tem capim. Mas vamos lá, navegar é preciso...
Este poeminha copiei-o e deixei-o em minha caixa de costura. Chama-se Música de Manivela e está no livro Pau-Brasil de Oswald de Andrade.

Sente-se diante de vitrola
E esqueça-se das vicissitudes da vida
Na dura labuta de todos os dias
Não deve ninguém que se preze
Descuidar dos prazeres da alma

Discos a todos os preços.

Mais um


A proposta nos foi dada pela Benigna e pelo Wagner na oficina de criatividade que eles coordenam no SESC Pompéia. Tínhamos que inserir um pequeno tule bordado em outro tecido e modificar o conjunto todo. O meu ficou assim. Horas e horas consumidas desenrolando fitinha, prendendo miçangas, quiltando este paninho. Bom demais.