7 de julho de 2011

A Física das Agulhas


Minha primeira postagem falava delas, das agulhas. Instrumento maravilhoso que agrega fios e constrói felicidade em nossas vidas. Pode-se materializar sentimentos? Estou certa que sim e os objetos que nos saem das mãos dizem um pouco dessa força interna que a Física não explica. Que unidade de medida pode medir esse impulso criativo que nos assalta quando empunhamos uma agulha? Não tem explicação. Coisa de amante.
Pois é, fui picada novamente e a responsável por isso foi Tania Stahl, que me apresentou uma nova agulha que deve ter sido a glória do engenheiro que a projetou. Vamos imaginá-la antes de vê-la.  Trata-se de um cilindro de titânio de aproximadamente 8 centímetros. Sua primeira terça parte é mais fina que a segunda, que é mais fina que a terceira. Há uma dobra no metal em ângulo de 90 graus que serve para empurrarmos a agulha com a ponta dos dedos. O diferencial da agulha é invisível a olho nu: precisamos tomar aos cegos sua habilidade de ver com as mãos. É maravilhoso! Quando deslizamos os dedos suavemente da ponta para o fim da agulha podemos sentir pequeníssimas ranhuras que servem para agregar as fibras penteadas de lã não torcida no processo da feltragem. Pronto! Está dito! É tão mais legal introduzir o objeto aos poucos, devagarinho, mantendo a intenção docemente em suspenso até não se poder mais... Eh que referência cruzada é a arte que realmente venho praticando ultimamente... E é verdade que pessoas que empunham agulhas podem fazer sangrar os mais ingênuos.
Esta golinha que fiz com a Tania foi a primeira de uma arte que pode muito mais!